Robério entrevista especialista em dor que explica a importância do diagnóstico precoce da Fibromialgia

O deputado Robério Negreiros (PSD) conversou com a médica, especialista em tratamento de dor, Drª Mariana Scalia Rodrigues, que explicou a importância do diagnóstico exato da Síndrome Fibromiálgica , que, diferentemente do Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), ou simplesmente Lúpus, não tem nos marcadores sanguíneos, provas inflamatórias e alterações sistêmicas para a comprovação da doença. O bate-papo faz parte da programação do Fevereiro Roxo, campanha que alerta sobre a importância do diagnóstico exato de doenças como Mal de Alzheimer, Lúpus e Fibromialgia para ajudar a manter a qualidade de vida dos pacientes.

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Robério questiona o motivo pelo qual a Fibromialgia é classificada como doença de dor disfuncional? De acordo com a Drª Mariana, isso ocorre porque a doença não tem uma lesão tecidual que justifique a existência da dor. Ou seja, é causada por uma anomalia do organismo que passa ter a sensação de dor sem qualquer causa. A especialista explica ainda que a Síndrome Fibromiálgica é crônica, com causa osteomuscular e quadros percebidos por longos intervalos de tempo. “Não existe um marcador biológico para comprovar essa doença, nem um exame de imagem. Apesar de não ser uma doença hereditária, é preciso fazer um mapeamento genético para chegar ao diagnóstico de alterações nos receptores de dor, responsáveis por amplificar esta sensação. O grande problema é que não há como comprovar fisicamente esse diagnóstico, o que causa aos pacientes o isolamento social ou mesmo problemas de cognição e relacionamento familiar. ”, explica Drª Mariana.


O deputado pergunta o que diferencia a Fibromialgia das dores musculares ou miofasciais? Drª Mariana explica que ambas são doenças de dor crônica, sendo que a diferença principal está nos pontos dolorosos. “Na Fibromialgia temos os Tender Points, que quando apalpados possuem a percepção da dor exatamente no local onde ela se manifesta. Diferentemente das dores miofasciais, que quando apalpadas, doem em outro local devido à irradiação da sensação. A outra diferença está no fato da Síndrome Fibromiálgica ser sistêmica e a Miofascial ser pontual, regional”, esclarece a especialista em dor.

Robério pede que a Drª Mariana explique sobre a dor causada pelo LES. Segundo a médica, o Lúpus é uma doença auto imune, instalada no sistema imunológico. “Quando o paciente chega no consultório com dor crônica, difusa ou mesmos articulares, eu sempre tenho que investigar o Lúpus. Diferentemente da Fibromialgia, no LES há alteração cutânea, vermelhidão na região do rosto, úlceras orais, fotossensibilidade, lesões hemorrágicas ou até isquêmicas. Não bastasse isso, também percebemos artrite, serosite, alterações renais e até alterações sanguíneas com diminuição global das células sanguíneas. Resumindo, são vários marcadores e todos causam dor. Por isso a necessidade do diagnóstico diferencial”, ressalta Drª Mariana.

Para finalizar, Robério pergunta à Drª Mariana qual o principal tratamento para a Fibromialgia. “A principal medida é a orientação da atividade física leve e prazerosa. Temos que lembrar que em momentos de crise aguda de dor, é preciso suspender os exercícios. A prática de esportes traz equilíbrio e, associado à medicação correta, acupuntura e meditação, o bloqueio simpático nervoso, além do uso de suplementação alimentar nutracêutica para melhorar o metabolismo celular, promovem o bem-estar do paciente”, finaliza.

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